quinta-feira, 22 de setembro de 2011



"Então, Hanna, qual fato da sua vida sempre levanta sua auto-estima?"
"Ah sei lá Ann, acho que os números de garotos que já peguei. E você?"
"O fato que eu sou inteligente."

sábado, 12 de março de 2011

We get on.


Algumas vezes me pergunto o que poderíamos ter sido. Se os seus olhares foram realmente para mim, se aquelas suas falas vinham de sua essência e não de uma questão de formalidade, simpatia. Eu me via preparada para lhe conhecer. Talvez te amar. Ou pelo menos te sentir, poder te abraçar um pouco mais forte e sentir seus braços envolta do meu corpo correspondendo, sentir melhor seu perfume, ouvir mais vezes sua risada, ver seu sorriso se formar nos seus lábios por minha causa. Se eu tivesse tido coragem, se tivesse lhe contado cara a cara, se fizesse isso mais cedo.. Poderíamos ter sido algo a mais? Nunca irei saber. É nessas horas que a idéia de destino me conforta. Como é bom ter esta desculpa. Mas apesar dela, a curiosidade, o arrependimento, a lição, fica marcada em minha artéria. Se algum dia lhe encontrar, talvez eu lhe pergunte, não fale nada, apesar de que minha mente esteja gritando para lhe beijar.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Havia algo de mágico em ver figuras femininas dentro de uma camisa masculina, não sei se é algo que foi colocado em minha mente por filmes americanos, mas era uma imagem bela, maravilhosa, mais ainda quando a camiseta que as vestem é sua. Ela roçava o pé dela em sua canela, as mãos apoiadas na pia, ah suas costas.. Aquela forma curvilínea, como era bela a vida humana, o amor, os sexos, as mulheres. A observava da mesa, como um aluno observa de longe sua professora. — Aceita um café? — Foram as primeiras palavras que ela trocou comigo naquela manhã. Seus cabelos castanhos já estavam presos em um rabo-de-cavalo desleixado, tinha notado sua pequena mania, prendia-os quando precisava raciocinar com exatidão. Todas as imagens, fotos, gravuras que havia dela fazendo suas criações sempre tinha seus fios castanhos presos. — Claro. — Ela me sorriu. Um sorriso espontâneo, único, que me fazia entender por que a elogiavam tanto em revistas, por que a mãe dela ao vê-la nascer pensou que ela fosse o ser mais belo na face da terra. Imaginava que naquele segundo fosse alguém fazer o café, mas, inesperadamente vi seus pés delicados moverem dentro da cozinha preparando um café para nós dois. Em poucos minutos, estavam prontos. Ela me entregou a minha xícara já preenchida com cafeína e se sentou no lado oposto da mesa, ficando em minha frente. — Obrigada. — Ouvi uma pequena risada, suas covinhas apareceram por alguns segundos. — Não há de quê. — Levantamos nossas xícaras e bebemos seus conteúdos.

O amargo prazeroso do café, o mesmo que ela teria comparado na noite passada com a de nossas vidas. Palavras não foram trocadas. Aguentei longos minutos para dizer algo. Acreditava que ela fosse falar primeiro, mas me enganei. — Algum problema? — Ela levantou seus olhos castanhos, como quem acordava e saísse do País das Maravilhas. — Não, nenhum. — Comprimi meus lábios. O orgulho era uma praga. A insegurança, uma maldição. — É por causa da noite passada? Fiz algo de errado? — Vi a se encolher atrás da xícara, como se pudesse acreditar que conseguiria se esconder atrás dela. — Não. — Curto e, provavelmente falso. A encarei. Demorou mas vi seus lábios se moverem numa respiração funda e, na volta do ar que teria entrado em seus pulmões, a verdadeira resposta. — Eu só não gosto que fiquem falando coisas, palavras enquanto estamos fazendo. — Franzi o cenho. Ela realmente estava falando aquilo? Me sentia novamente como um adolescente ofendido por ter se saído bem na cama. — Você não gosta que elogiem seu corpo? — Desta vez, vi a pele lisa de sua testa enrugar, tomou mais um gole do café e finalmente abaixou a xícara. — Aquela palavra que você usava não era um elogio, era vulgar. Me senti vulgar. — Meus ombros encolheram, não sabia que era aquele o sentimento que uma mulher carregava quando expelia aquela palavra. Meu sentimento foi de vergonha. Demorei um pouco para lhe responder. — Me desculpa.. Eu não sabia que se sentia desse jeito. — Ela depois de um tempo, me deu mais um sorriso aliviando tudo, aceitava as minhas desculpas. Encarei o pó do café no fundo por um tempo. — Mas.. Como poderia eu me expressar de jeito melhor? Dizer minha impressão? — A olhei confuso, queria agradá-la. Grandes mulheres, como aquela mereciam sim serem agradadas, isso não é coisa de fraco. A vi se levantar com o olhar fixo a mim, arrumou a cadeira, colocou a xícara na pia e ao passar do meu lado, encostou delicadamente sua mão em meu ombro. Um sorriso com ar maroto apareceu em seus lábios e no seu tom de voz. — Do melhor jeito que um escritor poderia, escrevendo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Arrogância.

Pessoas com vidas miseráveis comigo são como cães para a minha mãe.
Ajudo, defendo, cuido, amo. Mas é melhor que não encoste em mim.