quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amor.


Para que serve? Não lhe facilita em nada. Não me ajudará a abrir um pote de picles. Não irá me facilitar na cozinha, nem na limpeza, muito menos no trabalho. Nos deixa inseguros, fracos, sentindo novamente como crianças, se perguntando o tempo inteiro se a outra pessoa lhe corresponde. Inventa desculpas para si mesma para tolerar qualquer falta de sinais de que ele te nota. Qualquer sinal de que ele é só um ser humano. Ficamos neuróticas. Quando se é um artista, piora. Lhe faz escrever desde poesias maravilhosas a uma carta de suicídio.

Um dia, você resolve se esforçar em esquecê-lo. Mas tudo a lembra daquela pessoa. Uma música. Uma frase. Uma imagem. Aquele ator com o cigarro nos lábios, em poucos segundos você se lembra de como aquele pequeno pacote de nicotina ficava tão belo nos lábios dele. De como você suspirava (e ainda suspira) para ser aquele cigarro, aquele vício que ele precisa inalar, tragar, sentir pelo menos uma vez por dia. Aquela matéria que ele gosta e, que você por insistência não gosta. O sorriso maroto e quase infantil que ele fazia. E, finalmente você conclui, está perdida.

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