sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Novela de cachorros, vol. quatro


É, eu sei que disse que iria parar mas não contei detalhadamente sobre a minha querida cachorra Kiara. Como vocês sabiam lá no começo, Kiara foi por causa da filha do Simba no filme "Rei Leão 2" o qual quando eu tinha sete anos tinha amado e até comprado o album de figurinha, não interessa muito quem me deu a Kiara somente que quando a recebi ela era miúda e com tanto pelo parecia um bolinho de pêlo, um bichinho de pelúcia fofo, como qualquer akita Kiara sempre foi bem peluda apesar de quando pequena ser mais. Eu me divertia em apertá-la e enchê-la de carinho, minha mãe se divertia fazendo blusinhas de lã e outras roupinhas para ela, afinal, era um bicho lindo que não era tão porco como a Pepita e nem quietinha como a Ariel, sabíamos que já quando pequena ela era mais fortes do que as outras duas, já que quando mostrei para ela a blusa que eu teria ganhado, ela furou de acidente na hora a manga com uma das unhas mas não ligávamos por sua fofura sempre influenciar, não durou muito a nossa felicidade de ela ser pequena, logo ela cresceu e tivemos de deixá-la num canil que foi na verdade um grande campo que tínhamos em nossa casa e que tinha uma grade por antes deixarmos um funcionário de meus pais morar ali com a noiva enquanto não se casava e tinha sua própria casa. Então ela ficava todos os anos ali nos assistindo e algumas vezes eu ia com a minha mãe lá em cima e brincava com ela mas como ela não tinha muita noção que era maior do que eu volta e meia me derrubava, então resolvemos pegar sempre cabos de vassoura para entrar ali e conseguir afastá-la para pegarmos limões, ia lá em cima também com meus dois primos Leonardo e Henrique, na época que ainda éramos bem unidos e imaginávamos Kiara como um lobo que queríamos capturar ou lutar algumas vezes, todos se divertiam com aquilo tirando o Henrique que geralmente era o alvo dela e um dia acabou com as costas arranhadas. Os adultos se apaixonavam por ela e as crianças morriam de medo dela, eu tinha as minhas amigas frescas com mães peruas que a achavam de extremo perigo o que me deixava com raiva por que ela não mordia e nem nada, todos que a conheciam era prova disso senão não deixariam três crianças de sete anos entrarem num "campo" sozinhas com ela, até um dia que Kiara de acidente teria pousado sua pata em cima do pé de uma garotinha que estava tentando perder o medo dela, estava feito a bagunça e ela começou a dizer que Kiara era perigosa e assim algumas vezes garotos nos meus aniversários tacavam limões nela, eu me enfurecia com aquilo, batia neles e chorava de raiva para a minha mãe querendo fazer todos eles se arrependerem de cada risada que deram da minha cachorra e limão jogado. Como acho que já deveriam ter imaginado, Kiara apesar de ser dócil tinha seus instintos selvagens de tentar fugir e ter competição com as outras cachorras, ela e Pepita lutaram duas vezes, a primeira conseguimos afastar com água de mangueira sendo que meu pai teria sido quase mordido pela Kiara, na segunda.. Acho que quem leu meu primeiro post deve saber o que aconteceu, Kiara também escapou do canil umas.. Três vezes se não me engano mas nessas vezes salvamos Ariel e Pepita de qualquer confronto que a gente sabia que as duas pobrezinhas não teriam chance, isso logo não acontecia mais pela minha tia/madrinha ter vindo morar com a família por um tempo naquela pequena casa que estava vaga até terminarem a sua casa nova, dividindo o terreno da Kiara e nos deixando construir um pequeno canil de madeira para ela que ela ficava livre de noite. Até a minha tia deixar a casa e passdando alguns meses, meu tio resolver alugar aquela parte onde minha tia morava e também a parte onde tinha o canil da Kiara para alguns funcionários dele morar, na verdade três homens e suas famílias, tinha muito o que se fazer por ali já que estava abandonado há alguns meses e minha tia por trabalhar grande parte do dia no hospital e a outra pegando os filhos e o marido, não tinha tempo para ficar cuidando do lugar, mais ainda por ser provisório.. Os homens que colocavam materiais de construção ali e davam uma arrumada no lugar tinham de trabalhar com a Kiara no terreno, avisávamos eles todas as vezes que passávamos por ali de não a deixarem fugir, mas para quem acha que é maldade falarem que pedreiro geralmente burro, aqui está a prova: deixaram-a fugir e só avisaram uma hora depois para a gente, ficamos estressados e desesperados por ela ser uma cachorra bonita e dócil, na última vez em que escapara de casa a achamos umas quadras para baixo ela perdida, a pegamos com uma corda no pescoço e colocamos dentro do carro mas agora não tinha como isso acontecer, fizemos vários anúncios com uma foto dela de que ela estava perdida, meu pai deixou umas no bar do seu pai e do seu amigo, eu e minha mãe em todos os mercados próximos de casa e lan houses também, de nada adiantou, pasando um mês uma mulher nos ligou dizendo que achava tê-la visto e que ela ia todas as noites num terreno baldio perto da casa dela, eu estava dormindo na casa da minha amiga quando isto acontecia, meus pais claro que foram direto naquele terreno de noite e me disseram que a cachorra era idêntica a Kiara, mas que não atendia o nome e que rosnava para eles.. Então não era ela por ela nunca ter sido arisca e rosnar para a gente. Cinco meses se passaram quando uma das costureiras de minha mãe andava vendo casas para vender, já que iria se mudar e uma manhã nos ligara ao cobrar de um orelhão e pediu desculpas por isso mas era por que achava ter encontrado a Kiara, ela e seu marido teriam visto na casa vizinha da que iriam ver e a acharam parecida com a Kiara, quando a chamavam pelo nome ela atendia então ligou na hora para a gente, passando o endereço, fomos lá, era ela! Meu coração pulava de felicidades, não consegui conter as lágrimas ao vê-la, sentia a sua falta como ninguém e vê-la ali me fez mais feliz do que qualquer presente poderia ser! Logo, uma mulher passou por ali vendo eu e meu pai acariciá-la e ela chorando desesperada, teria contado que foi a filha dela que teria a encontrado no terminal que era mais do que longe da nossa casa e que foi a levando para onde era sua casa com pedaços de pão, já que a Kiara comia todas as manhãs pão, o cara que morava ali era conhecido dela e teria se encantado com a Kiara, como ela não tinha espaço em casa para colocar ela deixou o homem ficar com ela, não foi mais difícil do que encontrar a Kiara encontrar aquele homem em casa mas estava bem perto de ser, nas duas vezes que meu pai conseguiu ter contato com ele, ele ficou numa boa em nos devolver ela mas que tínhamos de pagar um certo custo, o custo das vacinas, ração e tratamento.. O preço era de cento e cinqüenta reais, era um dinheiro que não tínhamos e que me matou. Estamos até hoje sem ela, a visitamos todos os domingos levando comida mas.. Paramos faz algumas semanas depois de vermos ela fazer xixi em nos ver de feliz, meu pai dizia que não podíamos mais ir lá indo vê-la, tínhamos de buscá-la.


P.S.: Na foto é a Kiara, mas a garota não sou eu.

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